segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Começar o ano com ideias de Negócios #3 Lançar um produto

Tem sido um pedido de "várias famílias" dar umas ideias de negócios que pudessem ser interessantes, mas agora na série #empreendedora.
Não podia deixar de começar esta série de posts sem dedicar o primeiro post a um PRODUTO.
Um produto é a melhor forma de ganhares dinheiro sem teres de te envolver demasiado no negócio.

Um serviço tem de ser prestado de uma determinada forma e muitas vezes só quando és tu a prestá-lo é que o serviço se torna diferenciado. Por isso, (não sendo obviamente sempre verdade o que estou a dizer), é mais fácil fazer o negócio crescer - por uma questão de deixar que outros nos substituam a fazer o nosso trabalho, e por questões de escalabilidade do negócio - que aquilo que vendas seja um produto.
Sabonetes

Produto

Como em tudo na vida, é sempre mais simpático trabalhar com o que se gosta do que com o que não se gosta...por isso, na escolha do produto, procura nas tuas áreas de interesse. Qual seria o produto que querias comprar e não encontras (no final, dou umas dicas)? As características do teu produto:

Preencher uma necessidade

O produto tem de ser desejado porque ninguém cria produtos para não serem vendidos...também é sabida a velha frase do Henry Ford que disse "Se eu lhes tivesse perguntado o que queriam, eles tinham dito cavalos mais rápidos!". Preencheres uma necessidade não quer dizer que os teus clientes te peçam alguma coisa. Mas tem de ser algo que as pessoas desejem comprar.
Testa primeiro contigo (o que eu eu queria mesmo?) e depois junto dos teus conhecidos (de preferência que não sejam amigos demasiado próximos que têm tendência de dizer que sim a tudo, só para te deixar feliz!).

Tem de ter mercado

Para venderes não vais querer vender só a 2 ou 3 pessoas...tem de ter escala. Tem de ser um produto que venda e venda muito. Tem de ser desejado. Que consigas vender em vários canais...Esquece as feirinhas de artesanato (nada contra), mas se alguma vez fizeste, confessa lá...chega a não te pagar a gasolina e as horas que lá passas!
Para isso, tem de ser único, ou seja, tem de ser o melhor em alguma característica, o maior, o mais saboroso, o mais cheiroso, o mais espumoso, o mais rápido, o mais fancy, o que chega mais alto, o mais fácil de implementar, o mais azul (sempre gostei desta característica!!!)....para quem preferir essa característica, ir buscar o TEU produto...
A lutar contra os que já estão instalados no mercado vais perder concerteza.

Frequência de consumo e Margem de lucro

Para ser um bom produto, melhor que seja como as aspirinas, que andas sempre a comprar... se a frequência de consumo não é grande (tipo uma casa....), é bom que a margem seja melhorzinha... 
Calcula a tua margem de lucro como deve de ser. O teu lucro não é quanto recebes do bolo que vendeste menos o que gastaste em farinha e ovos...
Tenta estimar o teu lucro considerando nas receitas, o valor das tuas vendas (o valor que recebeste da venda do bolo), mas depois os teus custos são os custos de produzir (farinha, ovos, etc.), a eletricidade, a água, o gás, o teu trabalho (porque tem que ser pago e um dia não vais ser (só) tu a fazer isso), as instalações (o negócio vai crescer e não vais fazer sempre na tua cozinha), inspeções, licenças, impostos...só depois de deduzidos estes custos todos é que ficas com a tua margem de lucro!
...se calhar fazer pauzinhos de cheiro a alfazema já não é assim tão lucrativo como pensavas!...
Umas "contas à merceeiro" evita-te começar muitos negócios que pura e simplesmente não são lucrativos. Desculpa querida, mas não são. São hobbies. Se quiseres, continua a fazer, mas consciente que não vais ganhar dinheiro com isso.

Processo de produção

Podes sempre entrar no processo "da dor de cabeça" de começar pequeno em casa, ir evoluindo, construir uma pequena fábrica...no fundo o sonho de muitas empreendedoras...mas se é esse o teu sonho, prepara-te, porque dá dores de cabeça....muita legislação, licenciamento....aqui a Chic aconselha-te a pedires apoio profissional de gestão...
Se o objetivo é ganhar dinheiro, podes subcontratar a produção.
Wow!..um novo mundo para ti...! "Mas eu sou muito pequena!". Não faz mal...E mais...não penses pequeno...começa por investigar que fábricas produzem algo semelhante ao que queres. Em Portugal ou fora (cuidado com os processos, qualidade e custos de importação e exportação). Com as tuas orientações e especificidades, haverá fábricas que o farão. E com "escala" produzem bolos, cerveja, camisolas ou sabonetes muito mais baratos do que tu, na tua cozinha...e tu não tens de investir um balúrdio na fábrica.
Procura que encontras. Depois de patentear o processo e registar a marca no INPI (podes registar marcas, patentes, design a nível nacional e internacional), podes ir ter quem o faça por ti! Pedes um orçamento e voilá! Menos chatices, menos custos surpresa, menos problemas de qualidade....

Nome e Embalagem

Preocupa-te com a embalagem. Além do nome, é a forma como comunicas com o teu cliente. Porque tu não estás lá na prateleira para falar com o cliente!
O nome deve ser diferenciador. Aconselha-se que seja fácil de pronunciar, memorizar e facilmente reconhecido.
A embalagem: que tipo de produto é? É-te fácil dizer que o teu produto é premium porque adoras o teu bebé, "gostas" de lhe por um preço mais alto (às vezes não tens grandes hipóteses por causa dos custos de produção)...e de repente...classificas o teu produto como premium...ERRO!
Se é premium, tem que ter características que, além de diferenciadoras, têm de ser muito melhores, tem de oferecer serviço e a embalagem tem de ser bastante atraente...e isto vai aumentar ainda mais os custos de produção (o papel de seda, o lacinho, o auto-colantezinho, o celofane, a embalagem cartonada, o frasco de vidro, a rolha de cortiça, a caixa de design....)....o produto é teu...equaciona...Se compensar, que seja premium!
Depois, conforme a época podes fazer variações às embalagens, conjugações de produtos, cabazes...etc.

Preço

Queriduxa...o teu produto é "o teu bebé"...umas vezes és demasiado modesta e como te é fácil fazer achas que o teu produto tem um preço miserável. Outras vezes, como é "o teu bebé", achas que estás a vender o Santo Graal! Erras das duas maneiras!
Há 3 formas de dar preço a um produto:
- Calculas qual o valor intrínseco (o valor que o cliente estaria disposto a dar por ele) - esquece este método - ou és a Coca-cola e tens uma equipa de inquéritos a trabalhar para ti, ou jamais chegarás a este valor!
- Calculas os custos de produzi-lo (todos, mesmo todos e pões uma margem de lucro);
- Averiguas qual o preço dos produtos semelhantes a serem vendidos no mercado.
A junção destas últimas duas estratégias parece-me uma boa política!

Se for um produto tipo app ou e-book poder ainda ter uma solução tipo freemium, ou seja, tens uma versão básica gratuita (que atrai clientes) e funcionalidades ou versões com um custo associado.

Canais de distribuição e venda

Dependente do teu segmento podes ter vários canais. Se tens um produto premium, não vais ter só o canais on-line, onde o serviço oferecido é baixo. Podes oferecê-lo através de lojas gourmet (faz parcerias). Se for um produto de massas explora todo o tipo de lojas.
Tipos de canais que podes explorar:
- Lojas de Facebook (só indicado para negócios mais pequenos) - diferente de página de Facebook para divulgação - quem diz Facebook, diz Printest, Instagram, Linkedin - a rede(s) que escolhes depende do produto: vê onde está a tua audiência!...;
- Loja on-line (pode ser canal de venda para massas ou canal complementar para premium).
- Plataforma de lojas de divulgação on-line: Para produtos mais artesanais como roupa, jóias tens por exemplo o ETSY, produtos artísticos tens o Gumroad, para fotografia e vídeos e música, tens por exemplo o Submittable, para música o Tunecore, para livros o Lulu, para filmes o IndieFlix. Mas há mais. Explora.
- Lojas on-line multi-marca (em parceria);
- Lojas gourmet (em parceria);
- Lojas de bairro (para premium e massa - ajustando o tipo da loja ao teu produto);
- Médias superfícies (entrar em grandes superfícies pode ser muito complicado de início, mas é possível entrar em médias superfícies até que o produto ganhe visibilidade);
- Cafés e Restaurantes (para produtos alimentares e bebidas);
- Explora a possibilidade de usa os canais de distribuição que os produtores eventualmente tenham.
E divulga. Lembra-te do que falámos aqui.

Exemplos que podes explorar:

  1. Produtos alimentares (se tens AQUELA receita de compotas sem glúten ou qualquer tipo de açúcar adicionado, biscoitos de receita caseira de comer e chorar por mais, a cerveja artesanal que todos os amigos querem, fazes os detox mais saborosos de toda a região) - manda produzir em fábricas alimentares e cria a tua marca e os teus canais de distribuição.
  2. Produtos têxteis (tens aptidão para desenhar roupa) - desenha, manda produzir e distribui.
  3. Produtos de beleza (sabonetes feitos com águas termais, cremes, etc.) - manda produzir e distribui.
  4. Acessórios (malas, sapatos, jóias) - desenha, manda produzir e distribui.
  5. Software (Programas, apps) - programa e vende a uma empresa ou distribui via GooglePlay ou AppStore).
  6. Fotografia (vende as tuas fotos em plataformas ou bancos de fotografias).
  7. Um livro (fica prometido desenvolvimentos para o próximo post).
  8. Um curso on-line (se és mesmo boa em determinada área, porque não fazer um curso on-line em video ou em slides-show, com informação que interesse a um público específico e divulgá-lo através de um site teu, ou de uma plataforma?).

Cabeça a funcionar e mãos à obra!
Depois, avisa-me qual o teu negócio! Sou curiosa e quero saber! Quem sabe não me torno cliente? Boa sorte!...

1 comentário:

  1. Adorei saber esta parte uma vez que estou no curso de Comunicação Organizacional!!

    Novo post: http://abpmartinsdreamwithme.blogspot.pt/2017/11/inspiracao-bruna-corby.html

    Beijinhos ♥

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